segunda-feira, 1 de junho de 2015

DIGITALIZANDO DOCUMENTOS AMEAÇADOS: OS LIVROS DE NOTAS DA BAHIA - 1664-1889

Cerca de 450 mil imagens de Livros de Notas, produzidas em mais de dois séculos – 1664 a 1889 – estão sendo digitalizadas numa parceria firmada entre a FundaçãoPedro Calmon/Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (FPC/SecultBA) – por meio do Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB) – e o Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A parceria conta com o apoio financeiro da Biblioteca Britânica, mediante o Endangered Archives Program (Programa Arquivos Ameaçados).

O projeto, visa assegurar a preservação, em formato digital, de parte do extenso acervo documental custodiado pelo APEB. Por sua antiguidade e fragilidade, os documentos correm risco de extinção. “A escolha dos Livros de Notas da capital, que integra o acervo da Seção de Arquivos do Judiciário, se deu a partir de critérios como a relevância da documentação para a história econômica e social da Bahia, entre os séculos XVII e XIX”, frisou a diretora APEB. O projeto de digitalização terá duração de dois anos, e conta com a seguinte equipe: João José Reis (coordenação); Gabriela dos Reis Sampaio (vice coordenação); Urano Andrade (coordenação técnica e digitalização); Luiz Gomes (técnico em digitalização). 

Utilidade Pública – Os Livros de Notas, conhecidos também como Registros Cartoriais, representam uma tipologia documental de extrema importância para os pesquisadores que tenham interesse em resgatar dados sobre propriedade, a exemplo de, procurações; escrituras de compra e venda de imóveis, de escravos, de embarcações; contratos de casamentos, de aforamento, aluguel e arrendamento, atas de eleição; cartas de alforria; entre outros. À exceção daqueles fora de uso por se encontrarem danificados, os Livros de Notas podem ser consultados no APEB durante horário de funcionamento (confira aqui) site da instituição.

Arquivo Público do Estado a Bahia  – Com 125 anos, o APEB, unidade da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura do Estado, guarda o segundo mais importante acervo do país em termos de quantidade de documentos, sendo o primeiro o Arquivo Nacional do Rio de Janeiro.  Em seu extenso e rico patrimônio estão custodiados documentos produzidos no período colonial, monárquico e republicano brasileiro, que são diariamente consultados por pesquisadores de todo Brasil e do exterior. O Arquivo foi fundado em 1890, pelo governador do Estado da Bahia, Manoel Victonino Pereira.